

A expansão da Azul nesta rota vem após os resultados obtidos desde que os voos foram lançados, em junho, ao lado de Madri. Segundo dados disponíveis na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) referentes aos dois primeiros meses, a operação Recife-Porto (ida e volta) teve ocupação média de 86%, enquanto Recife-Madri teve 78% na mesma comparação.
Com o mercado português voando melhor, a empresa não só decidiu ampliar a operação para o Porto como vai cortar de três para duas as frequências semanais na ligação Recife-Madri a partir de 26 de outubro.
Há, portanto, uma inversão na lógica da Azul para seus dois destinos na Europa servidos a partir do Recife. Vale lembrar que, historicamente, Portugal é a principal porta de entrada de brasileiros no continente, e sempre registra uma demanda superior a outras cidades europeias.
As novidades da Azul não param por aí. A partir de 4 de novembro, a companhia vai iniciar uma quarta frequência semanal do Recife para o Porto, mas com foco apenas na alta temporada brasileira de verão.
A ligação adicional será operada às terças-feiras saindo do Brasil e às quartas-feiras no retorno da Europa. Como o foco é atender somente a alta estação, o novo voo será encerrado já em 25 de fevereiro de 2026.
Os voos da Azul entre o Recife e o Porto têm sofrido com algo que vem sendo recorrente nesta rota: o uso de aviões alugados, muito mais antigos do que a média de suas aeronaves próprias e sem o seu padrão de identificação e conforto.
Isso vai se repetir na operação da nova frequência. Os voos estão programados com um modelo Airbus A330-200 de 17 anos de idade (a média dos A330 próprios da Azul é de 11 anos) que pertence à HiFly, empresa portuguesa especializada no empréstimo de equipamento e tripulação.
Assim como a aérea brasileira, outras companhias ao redor do mundo têm sido atingidas negativamente pelos atrasos das fabricantes na entrega de aviões e na falta de peças de manutenção. Isso fez com que a Azul recorresse a aeronaves de segunda mão à pronta entrega.
Vale lembrar, ainda, que a companhia está em recuperação judicial. Desde o início do processo, em junho, a Azul devolveu alguns aviões – todos voltados a operações domésticos. Mas fora do escopo de sua proteção contra falência, decidiu se desfazer de dois Airbus A330. A empresa não fez anúncios recentes sobre o recebimento de novas aeronaves para voos internacionais.